Oi, gente.
Quando comecei a ler quadrinhos, lá no final dos anos 80, os X-Men faziam parte – ao lado do Quarteto Fantástico e Tropa Alfa – da minha trindade favorita entre as superequipes. Ler as histórias de Chris Claremont desenhadas por John Byrne, Dave Crockum, Paul Smith, John Romita Jr. e Marc Silvestri (este já nos anos 90) era um privilégio que durou quase uma década. Aí os quadrinhos de super-heróis ficaram uma porcaria, larguei mão por alguns anos, e voltei à leitura graças aos Novos X-Men de Grant Morrison e, depois, os Surpreendentes X-Men de Joss Whedon e John Cassaday. Mas então o Brian Michael Bendis, que mandava tão bem em Demolidor, Jessica Jones e Vingadores, assumiu os principais títulos mutantes após “Vingadores versus X-Men” e… Bah, não gostei de nada. Tudo bem que o Ciclope nunca foi meu x-man favorito, mas transformá-lo em uma espécie de Malcom X mutante não fez minha cabeça, e a ideia de trazer para o presente os X-Men adolescentes do passado só piorou. Resultado? Larguei mão de novo.
Essa introdução enorme foi só para dizer que enfim dei uma nova chance para os mutantes com a minissérie “Morte do X”, lançada no final do ano passado após os eventos de “Guerras Secretas”. O título foi escrito a quatro mãos: Jeff Lemire, o atual homem à frente dos títulos X, mais Charles Soule, o escritor de “Inumanos”, com desenhos de Aaron Kuder e Javier Garrón. E a verdade é que a história em si não me agradou, apesar da premissa interessante. O problema nem é estar completamente perdido na atual cronologia mutante, e sim o fato de que o roteiro é confuso ao propor algumas soluções mirabolantes que, ao mesmo tempo, eram fáceis de ser sacadas por qualquer um que queimasse uma meia dúzia de neurônios.
Mas vamos aos fatos. A história se passa oito meses após o Universo Marvel voltar ao “normal” com a derrota do Doutor Destino em “Guerras Secretas”. Ciclope, que havia se tornado uma espécie de vilão – e mala – mutante depois de matar o Professor Xavier, revelou (pelo que eu entendi) que ele queria, na verdade, que humanos e a mutandade vivessem em paz. Só que isso não seria fácil: o tema da extinção mutante, tão recorrente por vários anos após a “Dinastia M”, voltou com força quando se descobre que as Névoas Terrígenas dos Inumanos – que estão espalhadas pelo globo – são tóxicas e mortais para os mutantes.
Ciente do risco, Ciclope usa os poderes da Rainha Branca a fim de avisar à humanidade e aos mutantes dos perigos da Névoa Terrígena, que ele acredita ter sido lançada com o objetivo de exterminar os possuidores do gene X. O resultado é X-Men e Inumanos saindo no tapa, com alguns acreditando que a porrada é a solução para tudo enquanto outros ainda mantém a fé no diálogo. A resolução da história deixa a desejar, apesar de entregar ao leitor uma morte que deveria ser “surpreendente”, mas…
…Que fica devendo justamente por mostrar, nas quatro edições, um comportamento errático dessa que é a mais notável vítima do Terrígeno Inumano, com uma desculpa bem mais ou menos para que a revelação bombástica tenha ficado para o final.
Vamos ver, então, o que a Marvel vai fazer daqui para frente com os X-Men, que têm sido tão maltratados nos últimos anos.
Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.