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Meia dúzia de séries para assistir (ou não)

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Oi, gente.

Continuamos nossa Saga Infinita de Seriados, e aos poucos tentamos diminuir a diferença entre o que assistimos e gostaríamos de acompanhar. Esta semana, comentamos cinco produções que conseguimos fechar nos últimos meses, mais uma que desistimos por motivo de é ruim e não somos obrigados.

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Para quem está em dúvida sobre o que colocar na listinha, lá vão nossas sugestões – e quem quiser pode dar um “oi” depois e dizer se estamos bem no quesito “séries para assistir”.

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Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

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STAR TREK: DISCOVERY
Ok, terminamos de assistir já faz um tempinho, mas cometemos o pecado de esquecer de comentar, ainda mais que foi lindo de assistir este segundo ano. Tivemos a nossa amada Enterprise, o Capitão Pike, encontros com novos planetas e novas civilizações, mistério, suspense, klingons, andorianos, revelações sobre o passado de Saru e da Michael Burnham, homenagens e referências à Série Clássica, trechos do primeiro episódio piloto de “ST: TOS”…

E o Senhor Spock, claro.

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“Star Trek: Discovery” soube reverenciar o material clássico, arriscar caminhos nunca antes trilhados pela franquia, manter várias perguntas sem resposta até a season finale e então respondê-las, amarrar todas as pontas, emocionar os fãs e ainda por cima deixar claro que eles audaciosamente irão aonde nenhuma, mas NENHUMA série de “Star Trek” jamais foi.

VEEP
Sinceramente? Odiei o desfecho que deram para Selina Meyer, mas é preciso reconhecer que ele teve tudo a ver com o mundo real. Afinal, é assim que as coisas são, o ser humano é capaz de ser estúpido, e “Veep” mostra que essa estupidez não tem limites.

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Por que odiamos essa conclusão? Porque Selina Meyer é uma das pessoas mais egoístas, desprezíveis, manipuladoras, inescrupulosas, desonestas, vis e desprovidas de empatia da história da televisão. É simplesmente impossível não sentir asco pela ex-presidente dos Estados Unidos que tenta voltar ao poder, não importa os meios que precise empregar para isso. E todos esses sentimentos ruins devemos a essa atriz maravilhosa chamada Julia Louis-Dreyfus, que consegue criar uma figura ainda mais insuportável que a Elaine Benes de “Seinfeld”.

A sétima e última temporada da produção da HBO consegue incluir alguns questões recentes da política americana com aquele jeito hilariamente absurdo, mas que em nada deve ao que vemos nos noticiários. E tudo isso marcado por tiroteios verbais impagáveis, palavrões a dar com pau e personagens estúpidos, surtados, incompetentes e insuportáveis como Jonah Ryan (Timothy Simons) e cia.
Vai fazer muita falta, mas “Veep” disse adeus na hora certa.

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BARRY
A história do matador profissional que decide largar tudo para ser ator teve uma segunda temporada tão boa quanto a primeira. Foram boas doses de comédia, humor negro, drama, suspense, ação e pancadaria – a luta de Barry Berkman/Block (Bill Hader) com um ex-campeão olímpico de taekwondo no quinto episódio é sensacional de tão realista e tosca.

Apesar de seguir firme na sua decisão de “aposentaria”, Barry precisa lidar com a pressão para que volte ao ofício, e ao conhecermos mais sobre o seu passado entendemos sua (des)motivação. A segunda temporada também dá destaque a outros personagens, perde tempo com umas coisinhas desnecessárias (a turma do teatro), mas compensa essa parte com os conflitos do protagonista.

E ainda temos as trapalhadas de NoHo Hank (Anthony Carrigan), o mafioso checheno que arruma um bromance com seu colega boliviano e fica doído de ciúmes quando este resolve promover uma aliança com traficantes birmaneses.

PUNHO DE FERRO
Assistimos a dois episódios da segunda temporada, e aí aconteceu de desistirmos. Mesmo não sendo a desgraça que foi o primeiro ano, não tenho saúde para mais 13 looooongos episódios que poderiam ser resumido a oito, até mesmo seis capítulos.

DEMOLIDOR
Com a desistência de “Punho de Ferro”, partimos para a derradeira temporada do Homem Sem Medo na Netflix, meses e meses depois de seu lançamento. O gancho era interessante, com um amargurado Matt Murdock descrente com Deus, a justiça e a bondade dos homens, a inclusão do Mercenário e a volta de Wilson Fisk com um plano mirabolante para destruir o Demolidor e se tornar o incontestável Rei do Crime. Para isso, a produção utiliza vários elementos do arco “A queda de Murdock”, um clássico dos quadrinhos dos anos 80 de dupla Frank Miller/David Mazzucchelli.

O problema é ter esticado a história por 13 loooongos episódios, o que se mostrou o grande defeito da parceria da Marvel e Netflix. Assim como em outras séries (“Luke Cage”, “Jessica Jones”, “Justiceiro”, a já citada “Punho de Ferro”), a decisão de queimar tantos capítulos com apenas um arco tem como efeito uma trama que perde tempo com coisas que poderiam ser resolvidas mais rapidamente, ou enfia reviravoltas que servem apenas para adiar o final. “Demolidor” poderia muito bem ter resolvido todos os plots em apenas oito episódios enxutos, ou ter continuado com os mesmos treze desde que dividisse a temporada em em dois atos/arcos distintos.

Ah, e aquele epílogo foi bem desnecessário, convenhamos. Mas ficamos na torcida para que o Demônio de Hell’s Kitchen volte a dar as caras, seja nos filmes do MCU ou no serviço de streaming da Disney.

DOOM PATROL/PATRULHA DO DESTINO
Taí uma coisa que me deixou feliz de assistir. Levar para a telinha a mais estranha equipe de super-heróis da DC Comics não é molezinha, ainda mais a fase escrita pelo escocês Grant Morrison no início dos anos 90. Mas a produção do DC Universe, ainda inédita no Brasil, conseguiu manter-se fiel ao produto original e ser uma das melhores adaptações de HQs para a TV, meio limão atrás daquela coisa de derreter o cérebro chamada “Legion”.

Estava tudo lá: Crazy Jane, Homem-Robô, Homem-Negativo, Mulher-Elástica e O Chefe, mais a inclusão do Ciborgue e inimigos como o Sr. Ninguém, principal vilão do primeiro ano; o Decreator; o Culto do Livro Não Escrito; o Homem-Animal-Vegetal-Mineral; o Bureau da Normalidade; e o Beard Hunter. E não podemos esquecer de Flex Mentallo (até peguei para reler a minissérie escrita pelo Morrison com arte do Frank Quitely), a oráculo Baphomet, a barata Ezekiel, o burro que engole (!) a cidade de Cloverton e Danny, A Rua.

“Doom Patrol” não é das séries mais fáceis para quem não acompanha quadrinhos, ainda mais com episódios meio “perdidos”, e nem sempre os efeitos especiais ajudam. Mas, de resto, tem toda a esquisitice que acompanhamos nos quadrinhos de Grant Morrison, doses generosas de metalinguagem, quebra da quarta parede, citações ao próprio roteirista escocês e outras bizarrices.

Para os neófitos, “Patrulha do Destino” pode parecer apenas uma versão esquisita dos X-Men, com um bando de desajustados procurando seu lugar no mundo – ou que esse lugar fique longe dos olhos de todos. Porém, à medida em que vai se conhecendo o trágico passado dos improváveis e relutantes heróis, a produção ganha muitos pontos por – veja só – não querer levar a própria série a sério, com uma autodepreciação constante por parte do Sr. Ninguém.

É impossível não querer acompanhar a saga desse bando de “perdedores” e todas as suas esquisitices, que tem tudo para subir pelo menos mais um degrau na próxima temporada.

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