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Um filho nos faz nascer para o outro

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Uma entrevista realizada com crianças do ensino fundamental entre 7 e 8 anos, na Espanha, revelou como os filhos veem suas mães. Para eles, o chefe da casa é a mãe, “porque ela tem muito mais coisas a fazer do que o pai”. Perguntados por que “Deus” fez o Dia das Mães, um aluno respondeu: “Porque elas são as únicas que sabem onde estão as coisas em casa”. Sobre como Deus fez as mães, os garotos se superaram. “Com mágica, super poderes e misturou tudo muito bem.” Que ingredientes ele usou? “Nuvem, cabelo de anjo e tudo de bom que há no mundo, além de uma pitada de mal”. E a criatividade não parou aí. Por que Deus te deu sua mãe e não outra mãe? “Porque sabia que ela seria mais minha mãe do que outras mães.”

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Quando a pergunta foi sobre o motivo que levou a mãe deles a casar com o pai, um dos garotos disse que ouviu a avó dizer que a mãe não pensou direito. Sobre a diferença entre mamães e papais, uma turma resumiu. “Os papais são mais altos e fortes, mas as mamães têm o verdadeiro poder porque, para dormir na casa de um amigo, você tem que pedir para elas. Além disso, mães são mágicas, porque elas fazem você se sentir bem sem remédio.”

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A maternidade é um exercício de amor, mas não aquele amor idealizado, no qual há uma aposta no outro e uma esperança que alguém te corresponda. É um amor sem regras que a gente só descobre que existe quando o sentimento de mãe brota em nós, quando a gente se vê diante de alguém que precisa do outro até para se alimentar. Ninguém pode dizer que é um expert no assunto, porque cuidado e afeto precisam ser aprendidos. Mas a força dessa relação me impressiona muito. Quando um filho se machuca e corre para o colo da mãe, ele está em busca de cura. Quando se entrega aos seus braços, tem certeza que você será capaz de protegê-lo.

Hoje entendo porque a gente passa a vida inteira à espera de aprovação dos pais. É pelo significado desse olhar. A forma como eles nos veem ajuda a definir quem nos tornaremos. Quando acreditam em nós, passamos a acreditar também. A generosidade no olhar torna o outro mais bonito.

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Compreender o valor desse papel faz toda a diferença na forma de lidarmos com nossos filhos. Esta semana, Diego perdeu o incisivo frontal. Como eu estava viajando para dar uma palestra, ele resolveu, por conta própria, negociar com a fada do dente. Mesmo interessado no dinheirinho que ela deixaria debaixo de seu travesseiro, pediu a ela que não levasse o seu dente naquela noite para que “a mamãe pudesse ver primeiro”.

Diego me fez enxergar de um novo lugar. Me fez nascer para o outro, colorindo o meu mundo.

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