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Guia Prático de Harmonização Entre Vinhos e Comidas

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(fonte: Canva Pro)
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Caríssimo Enoleitor:

A harmonização entre vinhos e comidas é uma verdadeira viagem sensorial que nos transporta para um  universo de novos sabores, aromas e texturas. Apesar de não ser nenhum bicho de sete cabeças, muitas pessoas têm muitas dúvidas e até mesmo pânico na hora de harmonizar uma comida com um determinado tipo de vinho.

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Não se aflija, amigo enoleitor.

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Neste artigo, explorarei, de forma rápida e objetiva, as regras fundamentais que regem a harmonização entre vinho e comida e trarei algumas combinações clássicas de diversas regiões produtoras de vinho. Além disso, farei sugestões para a harmonização de vinhos com pratos típicos da culinária brasileira e compartilharei dicas imperdíveis para uma bem-sucedida noite de queijos e vinhos.

Prepare-se, pois este será um guia super prático para você consultar sempre que necessário.

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Breve História da Harmonização

Representação de Baco, o Deus do Vinho (fonte: Canva Pro)

A história da harmonização de vinhos e comida remonta a tempos antigos. Gregos e romanos já apreciavam essa combinação: a bebida era considerada um presente dos deuses e fazia parte das refeições diárias.

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Na Grécia Antiga, o vinho, inclusive, era frequentemente misturado com água e mel e utilizado como bebida das festas e celebrações.

Entretanto, foi na França que a harmonização de vinhos e comida alcançou um patamar elevado. Os franceses, famosos por sua paixão pela bebida, desenvolveram uma abordagem meticulosa para combinar seus vinhos locais com pratos regionais.

O conceito de terroir, que considera o solo, o clima e os elementos locais na produção do vinho, tornou-se fundamental na escola francesa de harmonização. O resultado foi uma série de combinações icônicas, como a sagrada união de um clássico Bordeaux com um suculento cordeiro.

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Regras Básicas de Harmonização:

A harmonização de vinhos e comida pode parecer, a princípio, complexa, mas algumas regras básicas vão te ajudar a tirar essa tarefa de letra. Basicamente, você deve ter em mente 4 parâmetros:

  1. Harmonização por Semelhança: ao adotar essa técnica, o nosso objetivo é combinar e complementar sabores e aromas semelhantes presentes na bebida e na comida. Por exemplo, um vinho branco cítrico, como Sauvignon Blanc, realça pratos de frutos do mar com molho de limão, destacando os tons cítricos do prato.
  2. Harmonização por Contraste: nesta abordagem, procura-se equilibrar sabores opostos, como o doce e o salgado. Um exemplo clássico é a combinação de um vinho bastante doce, como o Vinho do Porto, com queijos azuis, como o roquefort ou o gorgonzola. A pungência salina desses queijos equilibra a doçura do fortificado.

    (fonte: Canva Pro)

  3. Leveza com Leveza, Intensidade com Intensidade: Pratos leves, como saladas, combinam bem com vinhos leves, como Pinot Grigio. Pratos mais intensos, como um bife ancho grelhado, pedem vinhos tintos de corpo médio a encorpados, como um Cabernet Sauvignon com passagem por barrica, para acompanhar a robustez dos sabores.
  4. Doçura com Doçura: a doçura do vinho complementa e realça os sabores dos pratos doces. O dulçor de um prato se equilibra com um dulçor maior ainda de um vinho. Por exemplo, um Porto Vintage é uma escolha excepcional para acompanhar um chocolate amargo, criando uma harmonização rica e indulgente. Enquanto que sobremesas à base de frutas ficam perfeitas com espumante moscatel.

    (foto da autora)

Harmonizações Regionais e Clássicas:

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Dicas Práticas de Harmonizações com Vinhos Tintos:

Comida Brasileira:

Harmonizações Surpreendentes:

 

Noite de Queijos e Vinhos:

Uma noite de queijos e vinhos é uma verdadeira celebração de vida: democrática, simples e prazerosa.

(fonte: Canva Pro)

Para uma tábua de queijos (e frios) variados, experimente estas harmonizações:

(foto da autora)

Detalhe: se você optar por um único vinho para acompanhar a tábua, sugiro que aposte em um vinho rosê, inclusive um espumante brut rosê. O mais coringa de todos os vinhos, o rosê fará bonito com vários tipos de queijos e frios, incluindo as geleias, pastas, azeitonas e pães. Confie, eu garanto!

Resumindo, caríssimo amigo, desbravar o mundo da harmonização de vinhos e comida é uma jornada emocionante, deliciosa e infindável. À medida que você explora novas combinações, sua apreciação pela riqueza de sabores e aromas do vinho e da comida se aprofunda. E a tua cabeça se abre para novas aventuras, concorda?

Tenha em mente que os ingredientes utilizados, molhos, formas de cocção, etc., influenciam, e muito, na harmonização. Sal, pimenta e outros condimentos, ervas, componentes adocicados ou de personalidade forte, como o ovo, todos vão contribuir para o resultado final do preparo.

Não existe apenas um vinho para um determinado prato. As possibilidades e combinações são infinitas. Cada vinho realçará uma comida de uma maneira diferente. Se você não ficar satisfeito com uma determinada harmonização, experimente trocar o vinho ou acrescentar algum elemento “catalisador” ao prato, como um fio de azeite para aumentar a untuosidade ou gotas de limão para incrementar a acidez.

O importante é que você perca o medo de “errar”. Não existe isso. Tudo é permitido.

No final das contas, tudo é relativo e é você que manda. O teu gosto pessoal, as tuas preferências, as tuas possibilidades (financeira, inclusive) vão delimitar as tuas escolhas e experiências. Portanto, aventure-se, ouse e desfrute desse prazer sensorial único que é o casamento, não monogâmico, entre um belo vinho e uma boa comida.

Espero que este pequeno guia seja muito útil para você!

Saúde e até breve!

 

 

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