Agora que o carnaval e o horário de verão se foram, podemos dizer com toda certeza: 2018 começou. E vai ser um ano bastante movimentado, pois teremos Copa do Mundo e Eleições. Como nossa coluna é sobre propaganda, melhor falar de futebol. Aliás, está aí uma coisa que brasileiro ama palpitar, afinal, somos mais de 200 milhões de técnicos. Adoram falar sobre propaganda também, como se fossem especialistas, mas isso a gente deixa para falar num outro domingo. Hoje, vamos nos concentrar na bola que vai rolar.
Essa história de futebol e Copa do Mundo me faz lembrar de um amigo de Caxambu, capital do Sul de Minas. Padeiro de segunda a sábado, no domingo era técnico de futebol. Na padaria, batia um bolão. Nos gramados, pesava a massa. Apesar dos resultados pífios, tinha o maior respeito e admiração do grupo, conquistados, principalmente, nos treinos da tarde, quando distribuía junto com os coletes, um pão com presunto e queijo para cada jogador.
A aproximadamente quatro meses para a Copa do Mundo de 2018, os patrocinadores oficiais já deram início aos seus planos de ativação da marca. A Adidas já lançou vários uniformes, entre eles, os das seleções da Argentina e Alemanha e, também, a bola oficial, chamada Telstar 18, inspirada na Telstar usada no México, em 1970. Para os supersticiosos, um bom presságio para a seleção canarinho. No Brasil, a Visa fará promoções para levar clientes para assistir a jogos na Rússia. McDonald’s, que contratou Neymar como embaixador da marca, também vai seguir a mesma linha, levando 11 crianças brasileiras para entrar de mãos dadas com os jogadores do Brasil, na partida contra a Costa Rica. Nas lojas, os tradicionais sanduíches da Copa, inspirados nas seleções, entrarão no cardápio. A Coca-Cola, parceira da Fifa desde 1974, vai fazer o Tour da Taça da Copa do Mundo, levando o maior objeto de desejo do universo do futebol para 91 cidades de 51 países de todos os continentes. A Hyundai, por sua vez, está realizando novamente o concurso “Be there with Hyundai” (Esteja lá com a Hyundai), que convida os torcedores a escolher a frase que estampará o ônibus da seleção brasileira durante a Copa. E a Budweiser, cerveja oficial da Copa, terá presença forte nos estádios da Rússia e, no Brasil, campanhas na TV e, claro, no digital.
Por aqui e por lá, veremos muita campanha publicitária explorando ao máximo o tema e as cores da Copa do Mundo. Mas é bom lembrar que existem regras duríssimas que proíbem o uso do nome do evento, da marca, mascote e outros elementos. Quando a bola rolar, vamos ficar de olho nas ações de guerrilha, como a histórica estratégia da Brahma na Copa de 1994, que vestiu a torcida nos estádios com uma mão fazendo o número 1, patrocinou jogadores que faziam o mesmo gesto nas comemorações e, com isso, conseguiu aparecer mais que a Antártica, a cerveja oficial daquela Copa. Ou, recentemente, como fez a cervejaria holandesa Bavaria, que durante o jogo entre Holanda e Dinamarca, na Copa do Mundo do Brasil, usou um grupo de belas torcedoras holandesas para chamar a atenção dos cinegrafistas. Conseguiu, mas teve intervenção na hora, só para usar um tema bastante atual.
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