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Juiz de Fora – 168 anos de bons exemplos empresariais

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Juiz de Fora acaba de completar 168 anos e, durante esse tempo, passou por mudanças marcantes em sua economia. Contudo, as transformações sofridas nunca tiraram a cidade da condição de locomotiva do desenvolvimento da Zona da Mata mineira.

Muitas empresas colaboraram para sustentar essa posição em diferentes épocas. Quando nos lembramos delas, materializam-se em nossas memórias as grandes indústrias, como a Companhia Têxtil Ferreira Guimarães que, no passado, foi uma grande geradora de emprego regional, incluindo Barbacena. Atualmente, outras grandes empresas atuam em vários municípios, mas ostentando a certidão de nascimento de Juiz de Fora. É assim, por exemplo, com o Supermercados Bahamas.

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Mesmo não sendo juiz-forano, tive o prazer de conhecer muitas destas grandes empresas de perto. Em 2007, publiquei um livro, juntamente com meu amigo, o professor Cid Botelho, mostrando a trajetória de algumas delas. Indiscutivelmente, elas são marcantes e determinantes no reconhecimento de Juiz de Fora como polo de desenvolvimento regional. Entretanto, esta coluna, meu amigo leitor, foi escrita para valorizar as pequenas empresas que, apesar de corresponderem a mais de 97% dos negócios sediados em nosso município, não são devidamente reconhecidas como propulsoras de desenvolvimento.

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Mesmo que este seja um pensamento involuntário, fruto do pouco destaque que se dava, no passado, às empresas de menor porte, é possível reconsiderar o fato, a partir de exemplos locais. Hoje, muitos deles estão circulando, frequentemente, nas mídias regionais, que têm reconhecido a importância dessas empresas, inclusive com ampla valorização de seus empreendedores.

Para homenagear essa trajetória das pequenas empresas na história de Juiz de Fora, convidei minha colega de trabalho Janaína Vitor para conduzir um rápido levantamento das pequenas empresas que já completaram décadas de vida nesta cidade, sem, no entanto, mudarem suas características de pequena empresa.

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Nas conversas que a Janaína teve com os empreendedores, ficou claro que um dos fatores relevantes que explicam o fato desses negócios estarem há décadas com suas portas abertas, mesmo vivenciando graves crises econômicas, é que os empresários estão presentes de forma constante em seus empreendimentos. Isso mostra o engajamento desses empreendedores no dia a dia dos negócios.

Um dos empresários que deu seu depoimento foi o Sr. Francisco, proprietário da Gráfica Tamoio, que está em atividade desde 1973. Segundo ele, o que fez a empresa se manter ativa durante todos esses anos foi o fato de não ter contraído dívidas que pudessem comprometer seu capital de giro e seu patrimônio. Além disso, ele destaca a necessidade de fidelizar os clientes. Outro fator destacado é a clareza que ele e seus sócios têm sobre o papel de cada um na empresa. Isso cria sinergia e eficiência nos processos.

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Outro entrevistado foi o Sr. Rogério Galil, da Galil Jóias. Sua loja funciona desde 1971, entretanto, o empresário já tinha uma larga experiência anterior acumulada no segmento. Isso, por si só, já é um fator que contribui para o sucesso da empresa. Outro destaque está relacionado à composição de suas vendas, antes concentradas nos produtos e hoje já diluída com os serviços implantados, que correspondem a 30% de seu faturamento. Aliado a isso, o Sr. Rogério ampliou seu mix de produtos com artigos para presentes, como cristais e relógios. O sucesso da primeira loja o levou a abrir a segunda, administrada por seu filho.

A Relojoaria Tavares é outro empreendimento com décadas de existência. Fundada em 1971, tem como atual proprietário o Sr. Márcio Azevedo. Segundo ele, o sucesso do negócio vem da fidelidade de seus clientes. A partir do momento em que eles mudaram o seu comportamento de consumo e deixaram de usar relógio, o empresário investiu em outros produtos que fossem atrativos dentro do seu segmento, como acessórios e serviços de manutenção de celular, por exemplo, adaptando-se aos novos hábitos.

Por fim, acredito não haver uma única causa para o sucesso de uma empresa, mas um conjunto de comportamentos empresariais que levam o negócio a se consolidar no mercado. Por isso, existem cursos que focam mais no aspecto comportamental do empreendedor do que na parte técnica do negócio.

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