Em tempos de mercado absolutamente volátil, marcados pela velocidade e transformação constantes, o empresário tem o grande desafio de repensar o seu modelo de negócio, a todo momento. Nesse contexto, ganha ainda mais relevância o entendimento sobre os impactos da revolução digital e das mudanças no comportamento do consumidor nos negócios, além da busca por resultados sustentáveis.
Nos últimos anos, grandes empresas desapareceram, inclusive algumas gigantes do mercado. A razão é basicamente a mesma: seus produtos ou serviços tornaram-se dispensáveis com grande rapidez, pois já não solucionavam um problema dos clientes. O leitor deve se lembrar da ex-gigante Blockbuster, que chegou a ter 9 mil lojas de aluguel e venda de VHS e DVDs, mas não suportou a disputa de mercado de streaming, liderada pela Netflix. Nessa onda, várias pequenas locadoras também não suportaram a concorrência. Outra marca reconhecida, líder de mercado, foi dizimada por falta de inovação: a Kodak declarou falência em 2012, perdendo espaço com a chegada das câmeras digitais. E há mais nomes que não acompanharam as mudanças de mercado, como Xerox, Yahoo e Blackbarry.
Por outro lado, presenciamos o surgimento de empresas cujos modelos de negócio tornaram-se extremamente relevantes e conquistaram o consumidor: Uber, Amazon, Airbnb, Youtube, 99 Pop e Nubank são exemplos. As duas últimas são consideradas os primeiros unicórnios brasileiros, ou seja, startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares.
Tais empresas criaram produtos e serviços a partir de uma ideia inovadora e disruptiva, ou seja, transformaram um mercado ou setor. Para tanto, é necessário ter uma mente criativa e aberta para o novo, o que, muitas vezes, não é tão simples. É preciso criar condições para que esse exercício funcione.
Como nasceram em um cenário completamente desconhecido e de muitas incertezas, essas startups mantêm um processo de criação de produtos e serviços testando hipóteses e validando diretamente com o cliente. Isso exige uma equipe integrada para atuar de forma ágil. Não é raro, ao entrar em uma dessas startups, deparar-se com pufes coloridos, mesas de pebolim e paredes cobertas com post-its. A ideia de manter espaços como este é criar uma cultura organizacional colaborativa e, principalmente, ambientes que influenciem diretamente na satisfação do colaborador e no desenvolvimento de suas competências criativas. Se antes os profissionais levavam o trabalho para a casa, a ordem atual é trazer o conforto de casa para o local de trabalho.
Muitas organizações utilizam metodologias e ferramentas que permitem e estimulam o trabalho colaborativo, na busca de soluções inovadoras. Uma delas é o Design Thinking, que tem como premissa o uso da criatividade para a geração de soluções, colocando as pessoas como centro do desenvolvimento do projeto e gerando resultados mais relevantes. Também podemos citar a teoria U, metodologia que utiliza um conjunto de práticas para auxiliar equipes a promover profundos processos de mudanças, aprendizagem e inovação.
Diante dessa revolução digital e de tantas mudanças, é bem possível que, a qualquer momento, chegue uma nova tecnologia que poderá estremecer ou, até mesmo, dizimar o seu negócio. Por isso, é preciso manter-se antenado às mudanças de mercado, continuar repensando seu modelo de negócio e questionar sempre se o seu produto ou serviço ainda é relevante para o seu consumidor.