No Brasil, os pequenos negócios são aqueles formalmente constituídos e com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Segundo indicadores do DataSebrae, plataforma que reúne dados sobre empresas de pequeno porte, elas são 17,5 milhões no país e, juntas, geram 44,8% dos empregos formais.
Os pequenos negócios tendem a ter estruturas e sistemas de informações mais simples e a tomada de decisão é centrada no empreendedor. Neste tipo de empreendimento, a cultura organizacional traduz a personalidade do proprietário.
A tese é corroborada por Fernando Dolabela, autor do livro “O Segredo de Luiza”, que defende a ideia de que a pequena empresa reflete a imagem de quem a lidera. Sendo assim, será que seu modo de ver o mundo impacta no mindset da sua empresa?
A expressão mindset pode ser entendida como “modelo mental” ou “maneira de pensar sobre si mesmo e sobre o mundo à sua volta”. Para Carol S. Dweck, autora do livro “Mindset – a nova psicologia do sucesso”, o termo sintetiza o conjunto de pensamentos e crenças que determinam como nos sentimos e nos comportamos, que se revelam de duas formas:
Mentalidade fixa
Pessoas que se deixam conduzir por uma mentalidade fixa acreditam que sua capacidade precisa ser provada e que situações novas e desafios devem ser evitados, pois as expõem ao erro. O fracasso é algo que consideram insuportável, e elas creem que as coisas são como são e que é muito difícil mudá-las.
Mentalidade de crescimento
Já as que se enquadram nesse segundo grupo acreditam que sua capacidade pode se desenvolver por meio do aprendizado e que situações novas e desafios propiciam isso. O sucesso depende de esforço e de capacidade de superação.
Independentemente de qual seja, o modelo mental é resultado da história de vida e das situações vivenciadas pelo indivíduo. Carol afirma que os modelos mentais nada mais são do que crenças, construídas a partir de tudo o que você viu, ouviu ou concluiu e que se tornaram uma verdade absoluta. Crença, portanto, é algo que reside apenas na mente de um determinado indivíduo e é exatamente por isso que as pessoas agem de formas diferentes em situações idênticas.
Diariamente, repetimos diversas expressões ou frases que evidenciam nossas crenças: “nas adversidades uns desistem, outros batem recordes”; “quando meu negócio crescer, eu me organizo”; “a mente que abre uma nova janela jamais volta ao seu tamanho natural”; “eu não posso! Não consigo! Não sei fazer!”; “se sempre foi feito assim, para que mudar?” – e por aí vai.
As frases acima traduzem crenças limitantes e crenças fortalecedoras. As limitantes sabotam ou dificultam nosso crescimento, enquanto as fortalecedoras nos tornam mais confiantes e nos impulsionam a seguir em frente, contribuindo para nosso desenvolvimento.
Amigo empresário, proponho uma rápida volta ao passado. Quando você montou sua empresa, havia uma série de coisas que precisava fazer e não sabia como. Hoje, as faz com facilidade. Sabe por quê? Naquela época, seu mindset refletia expectativas de crescimento. Você estava motivado, se sentia capaz e acreditava que iria aprender. E foi o que aconteceu: você realmente aprendeu.
Chega um momento em que já não são as ferramentas que fazem a diferença e sim a nossa disponibilidade em colocar em prática toda a bagagem adquirida ao longo da nossa vida empresarial.
Você gostaria de ter uma empresa mais criativa e inovadora? Que tal identificar qual o mindset de sua organização? Lembre-se dessa citação de Dolabela: “a pequena empresa é dominada pelo líder. Tudo depende dele. O sistema da empresa é criado à sua imagem”.
A boa notícia é que, a partir do momento que identificamos nosso modelo mental, nos tornamos mais conscientes e aptos a mudar. Com prática, treinamento e método podemos melhorar nossa inteligência e nossa capacidade de reagir às situações, ou seja, podemos transformar nosso mindset.
