Num mercado a cada dia mais dinâmico e competitivo, a falta de planejamento para a abertura de um empreendimento pode afetar sua sobrevivência. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, 23,4% das empresas no Brasil fecham as portas em até dois anos. Esse número já foi maior, mas se o empreendedor não realizar um planejamento adequado, avaliando as diversas variáveis, poderá fazer parte dessa indesejada estatística.
É comum escutar dos empresários que o seu negócio não deu certo em função de crises, do governo e, até mesmo, de ações da concorrência. Mas, conforme os resultados da pesquisa, a dificuldade de organização e de ação dos empreendedores é o principal obstáculo ao enfrentamento dos fatores externos. Afinal, crises e concorrência sempre farão parte do mundo empresarial.
Nesse contexto, que ações e atitudes podem contribuir para a redução do índice de fechamento de empresas?
Implantar e adequar ferramentas de planejamento e gestão, tornando-as aplicáveis aos pequenos negócios, é um grande desafio do empresário. É preciso definir estratégias que possam tornar essa interação mais eficiente, de forma a alcançar resultados. Portanto, ao planejar a abertura do seu negócio, procure avaliar:
Forma jurídica e societária – o enquadramento jurídico e tributário é ponto de grande dúvida. Buscar informações sobre qual é a forma de registro da empresa e quais as tributações que incidem sobre ela é muito importante no início, para evitar surpresas indesejadas com o negócio em operação. Buscar apoio do seu contador pode ajudar muito.
Análise de mercado e planejamento de marketing – a oportunidade surge da percepção do empreendedor, mas nem sempre ela se transforma em um negócio de sucesso. Para isso, é necessário avaliar como ela se encaixa no mercado atual, observando-se pontos como: estudo dos clientes, dos concorrentes e dos fornecedores; produtos e serviços; preço; ponto/localização; estratégias de comunicação com o cliente e estrutura de comercialização.
Planejamento de operações – caso a oportunidade esteja bem alinhada com o mercado, é hora de avaliar se a empresa consegue entregar ao cliente tudo o que idealizou. O empresário deve buscar responder às necessidades de pessoal, capacidade instalada e processos.
Planejamento financeiro – depois de planejar os fatores mercadológicos e operacionais, o empreendedor deve fazer um orçamento empresarial. Ele funciona como um teste de viabilidade do negócio, apontando se será lucrativo, a partir das estratégias e processos definidos nas análises anteriores. É indicado fazer um orçamento dos seguintes itens: investimentos fixos, investimentos pré-operacionais, estoque inicial, necessidade de capital de giro, custo do produto/serviço, estimativa de gasto com a comercialização (impostos, taxas, comissões etc.), custos fixos e pró-labore.
Ao realizar as avaliações, é possível reduzir as chances de fechamento da empresa, pois o empreendedor não apenas terá reunido melhores informações, como evitará investir em oportunidades que não tendem a ser bons negócios. É importante ainda investir em marketing e inovação, definindo-se metas claras e desafiadoras. Utilizar sistemas de controles gerenciais, bem como usar e atualizar controles financeiros, são pontos fundamentais para a melhoria na gestão das micro e pequenas empresas.
Por fim, nesse cenário competitivo, busque modelos de negócio alternativos, como a organização em rede para compras e vendas. O fortalecimento de parcerias tem ajudado muitos empresários a alcançar a eficiência desejada.
Bons negócios!