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Fazer o bem sem olhar a quem

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João retornava tarde da noite do seu trabalho. Enquanto dividia a atenção entre dirigir seu veículo e planejar suas tarefas do dia seguinte, percebeu uma movimentação incomum a sua frente. Parecia ser um acidente que envolvia feridos. Sem pensar duas vezes, João estacionou seu carro e foi até o local oferecer ajuda.

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A história narrada acima é fictícia e foi criada para ilustrar uma cena comum que pode acontecer com qualquer um de nós. Mas o que difere a atitude de João de outras pessoas que passariam pela mesma situação e não ofereceriam ajuda?

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Simples: a capacidade de se colocar no lugar do outro. Há séculos, o modo como surgem e se manifestam o bem e o mal têm sido tema de discussões filosóficas ou religiosas. Contudo, nas últimas décadas, os cientistas fizeram avanços no entendimento dos comportamentos bons e ruins. Ambos parecem estar vinculados a uma característica emocional crucial: a empatia. Os cientistas constataram que é a empatia que estimula a compaixão no nosso coração, nos levando a auxiliar quem se encontra em dificuldade e, também, a exercer a capacidade de se colocar no lugar do outro.

Um estudo realizado em Jerusalém, pela psicóloga Maayan Davidov, analisou bebês com menos de 6 meses de idade e a capacidade deles em manifestar empatia. Alguns bebês expostos a situações de sofrimento alheio reagiram aos estímulos com expressões faciais que indicavam preocupação ou chegaram a fazer gestos de carinho, como se inclinar para frente, tentando se comunicar com o sofredor.

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Mas, e no nosso dia a dia, quantos personagens como o João existem?

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Para o fisioterapeuta Estevão Bittar, ajudar o próximo é uma atitude que passa de geração a geração. Seu avô teve 8 filhos — sendo 4 adotivos — e Estevão foi educado para enxergar na compaixão e solidariedade um ato de respeito e contribuição social. Hoje, aos 33 anos de idade, o fisioterapeuta dedica parte do seu tempo a trabalhos voluntários junto a pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências. “Minha motivação é olhar para trás e ver que ao longo desses anos eu pude ajudar diversas pessoas”, comenta ele. O benefício do trabalho voluntário é social e ajuda no crescimento do indivíduo, assim como contribui para a criação de uma corrente positiva gerando ainda mais estímulos no empenho de outras pessoas em promover o bem do próximo. Ainda segundo o fisioterapeuta, “todos ganham em praticar o bem, principalmente as próximas gerações que estarão inseridas em um mundo mais harmônico, solidário e humano”.

A motivação em ajudar outras pessoas também faz parte da rotina de vida do radialista William Boy. Há 19 anos, William e um grupo de amigos enxergaram a dificuldade dos Correios na doação de cartinhas solidárias de Natal. Imediatamente, movido pela empatia, o radialista adotou 30 cartinhas e iniciou um trabalho anual que hoje beneficia mais de 640 crianças com necessidades especiais ou com algum tipo de deficiência. O projeto conta com a participação de órgãos das esferas municipal, estadual e federal. Para o radialista, a magia do Natal é real: “Papai Noel existe e mora dentro do coração de cada um de nós”. Ele conta que, quando começou, não imaginava o tamanho e quanto o projeto iria se multiplicar ao longo do tempo. Com mais e mais pessoas querendo participar, percebeu que poderia estender essa corrente do bem!  “No início a ação tinha o nome de Um Natal Diferente, não porque as crianças eram especiais, mas porque nós nos tornávamos também crianças em ver, sentir e se emocionar com cada uma delas!”, conta William. A logística para tudo acontecer não é fácil e envolve a participação de diversos voluntários que vivem outras realidades, mas, que de farda e com suas viaturas, fazem questão de estarem presentes e também serem presentes na vida de cada criança atendida. Hoje, o projeto intitulado Comboio do Bem reverbera por todos os lugares que passa, espalhando um único sentimento: o amor. Para o radialista o legado permanecerá com uma mensagem de esperança e solidariedade. “Em alguns anos posso ser lembrado por várias coisas: pelas locuções e promoções da rádio, pelas defesas e gols tomados como goleiro, por adorar dirigir ou contar piadas. Mas também por ter entendido que poderia fazer algo especial e diferente para uma turminha que é extraordinária e que talvez não se expresse da forma como estamos acostumados, mas, com certeza, nos ensina que em cada olhar e sorriso existe algo mais, a magia do Natal!”.

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O que existe em comum entre esses dois homens é a capacidade de se colocar no lugar do outro e enxergar a vida por meio de uma ótica menos individualizada e mais coletiva, além do entendimento de que praticar o bem é uma ação que pode mudar muitas vidas, inclusive a sua.

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