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Fagulha

julia pessoa coluna 1
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Embora às vezes a materialidade da vida esfregue nossas fuças no chapisco da realidade, a maneira como a gente vê as coisas é sempre uma questão de escolha. Não digo escolha no sentido de encontrar positividade em uma situação sem remédio, como vemos a torto e a direito nesse mar em ressaca de #goodvibes da rede social.

A princípio, pode soar tentadora a ideia que de qualquer limão que a vida nos oferece (ou arremessa) pode sair uma limonada, uma caipirinha ou um mojito. Mas alguns limões simplesmente não têm sumo, e não há nada a se fazer. Às vezes é preciso encará-los pelo que são: azedos, duros, secos. Ou esperar, como manda o pensamento positivo, por um suco que nunca virá. Nos dois casos, é preciso optar.

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Não que eu seja contra fazermos às vezes de Pato Fu e passarmos algum tempo “distraindo a verdade e enganando o coração”. Tem horas que é uma questão de sobrevivência. Mas acho que é prudente ter cautela, para que a verdade não se distraia a ponto de virar mentira e o coração não se acostumar ao papel de trouxa. Optar por ver o lado mais difícil das coisas nem sempre é um ato de pessimismo, desistência ou fraqueza. Muitas vezes é o mais honesto e maduro que se pode fazer.

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Depois de um bom tempo andando na pista da maturidade prudente, venho sentindo uma fagulha de esperança, e estou doida pra deixá-la queimar. Faço vista grossa. Completamente irresponsável- por enquanto-, enfim.

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