Dia 16/10, foi celebrado o dia mundial da alimentação. Qual a importância da alimentação para se viver melhor? A má alimentação e o sedentarismo são os principais fatores de riscos para a saúde. A boa alimentação aumenta a expectativa de vida e diminui a incidência de doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatias e obesidade.
De acordo com o seu processamento como os alimentos podem ser classificados:
– Alimentos in natura: como vem da natureza, são obtidos diretamente das plantas ou dos animais (verduras, legumes, frutas, ovos).
– Alimentos minimamente processados: submetidos a processos que não envolvam agregação de substância. Passam apenas por processo de limpeza, moagem, secagem, trituração, desidratação, remoção de partes não comestíveis ou não desejadas e congelamento (arroz, feijão, frutas secas).
-Alimentos processados: possuem adição de sal, açúcar, óleos ou outras substâncias para aumentar o tempo de duração (conservas, compotas de frutas, carnes salgadas, enlatados).
-Ultraprocessados: possuem muitos aditivos. São ricos em gorduras trans e sódio e pouco ou nenhum alimento (biscoitos recheados, refrigerantes, sorvete, macarrão instantâneo, suco em pó e embutidos como salsicha, salame, mortadela, linguiça, presunto).
A base da nossa alimentação deve ser de alimentos in natura e minimamente processados, porém cada vez mais consumimos alimentos industrializados, por que duram mais que os naturais e são extremamente práticos.
As pessoas sempre relacionam a má alimentação com excesso de peso, mas os problemas vão muito além disso. A obesidade já é considerada uma epidemia mundial e vem aumentando a cada ano. Ela aumenta o risco de desenvolver várias doenças como diabetes, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer. Mas a obesidade é só uma das doenças desencadeadas pela má alimentação. Você é o que você come. Se a alimentação não for saudável, não é possível gozar de boa saúde.
Os problemas causados pela má alimentação podem se manifestar imediatamente, através de uma crise de enxaqueca ou uma diarreia, porém na maioria das vezes vai se manifestar com o decorrer do tempo, então além de causar sobrepeso e obesidade, a má alimentação pode acarretar o desenvolvimento de várias doenças como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares (hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio), anemia e desnutrição, doença inflamatória do intestino, prisão de ventre, gastrite, osteoporose, gota, acne, dislipidemia e até mesmo alguns tipos de câncer.
Uma alimentação saudável não precisa ser cara, é possível se alimentar bem, gastando pouco e utilizando alimentos simples e acessíveis. O Brasil é o quarto produtor mundial de alimentos e um dos campeões desperdício. Cerca de 1/3 do que se produz se perde na colheita, no transporte e armazenamento, na indústria de processamento, no varejo, nos processos culinárias ou nos hábitos alimentares. A primeira coisa que devemos fazer é evitar o desperdício. Cozinhar apenas a quantidade necessária para consumo, evitando sobras e quando houver, reaproveita-las (sobrou um feijão, transforma em tutu). É importante criar uma rotina, fazer planejamento das compras. Pesquise e compare os preços, aproveite as promoções dos supermercados, alguns fazem promoções especiais em algum dia da semana que é para estimular as vendas.
-Vá as Feiras livres: os alimentos são mais frescos e mais baratos que nos supermercados, principalmente naquele horário da xepa (final da feira), que os preços estão mais baixos e é sempre possível negociar ainda mais.
-Respeitar a sazonalidade dos alimentos: compre frutas e vegetais da estação. São mais baratos, mais saudáveis e mais saborosos. Seja criativo, procure variar o cardápio e dê sabor aos pratos com condimentos e especiarias. Além de baratos e saudáveis, muitos você pode plantar em um pequeno espaço na sua casa (hortelã, manjericão, alecrim, salsa, cebolinha, orégano e tomilho).
– Aproveitar o máximo possível do alimento. Muitas vezes jogamos fora a parte mais rica como as cascas, sementes e folhas. Para se ter uma idéia 75% do resveratrol (poderoso antioxidante), presente na uva está na casca e nas sementes. Podemos reaproveitar as cascas, talos, folhas e sementes que são ricas em nutrientes como vitaminas e minerais para muitas receitas como por exemplo bolo com casca de banana, arroz com casca de abóbora, suco de casca de abacaxi, tira gosto com semente de abóbora, sopa com folhas e talos, chá de casca de laranja, farinha com cabeça de sardinha (assa a cabeça da sardinha e mói, forma uma farinha muito rica em ômega3).
A alimentação pode encurtar ou aumentar a expectativa de vida. Tem um estudo feito pela Universidade Michigan e publicada na revista Nature Food que mostrou os minutos ganhos ou perdidos na vida devido a alimentação. Os alimentos foram classificados em três cores de acordo com seu impacto nutricional e ambiental. Verde, amarelo e vermelho. Os da zona verde são alimentos benéficos do ponto de vista nutricional e com baixo impacto ambiental (frutas, legumes, vegetais cultivados no campo, grãos inteiros, nozes e alguns frutos do mar). Os da zona vermelha são os que causam malefícios a saúde e impactos ambientais consideráveis como carnes processadas, vegetais cultivados em estufas, bebidas açucaradas também chamada de ultraprocessadas (refrigerantes, sucos em pó, refrescos).
Para que a alimentação seja nossa grande aliada na conquista de saúde e bem estar, nós devemos limitar os alimentos processados, evitar os ultraprocessados que além de serem desbalanceados nutricionalmente possuem ingredientes que as vezes você nem conhece. Se possível comprar direto da fonte, em feiras livres e de produtores de produtos orgânicos (frutas, legumes e verduras da época produzidos na região). Preparar o próprio alimento, valorizar o ato de cozinhar, planejar o cardápio da semana e dividir as tarefas com a família. Voltar as nossas origens, fazer as refeições em casa com a família toda reunida. Se precisar fazer refeições fora de casa, preferir os locais que preparam o alimento no dia (restaurantes de comida a quilo), evitando os famosos “fast foods”.
Seja critico com as informações e com as propagandas de produtos alimentícios, a função é vender e não educar ou informar o consumidor.