Um estudo realizado pela Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, em camundongos apontou que o dióxido de titânio, um aditivo alimentar muito utilizado na fabricação de doces, refrigerantes, coberturas de chocolate, gomas de mascar, sobremesas e outros alimentos industrializados, pode causar inflamação no intestino. Essa substância é usada para impedir que a luz ultravioleta penetre os alimentos, estendendo a vida útil no supermercado, e potencializar a cor branca das comidas.
De acordo com a pesquisa, o dióxido de titânio altera de forma significativa o funcionamento da nossa microbiota intestinal, aumentando a quantidade de firmicutes e diminuindo os bacteroidetes presentes nela e beneficia as células imunes pró-inflamatórias e as citocinas na mucosa do cólon. Outros estudos apontam que esse aditivo alimentar causa danos no fígado, nos rins, no coração, nos testículos e no cérebro. Na França, inclusive, o composto foi proibido.
A microbiota intestinal, chamada antigamente de flora intestinal, é composta de bactérias, fungos e vírus que habitam o nosso trato gastrointestinal. Sua função é manter a integridade da mucosa, ou seja, a saúde da parede intestinal, controlando a proliferação de bactérias patogênicas, consideradas perigosas para a saúde. Cada ser humano tem sua própria microbiota intestinal, como se fosse uma impressão digital.
O equilíbrio dessa microbiota é fundamental para a ativação do nosso sistema imunológico, responsável pela defesa do nosso organismo contra agentes infecciosos como o vírus transmissor da COVID-19, e o desequilíbrio dela está associado a várias doenças como a obesidade, doenças inflamatórias intestinais e doenças cardiovasculares.
Por isso é importante nos preocuparmos com aquilo que estamos ingerindo. O ideal é que a nossa alimentação seja composta por alimentos de verdade, como verduras, legumes e frutas, pois ela é responsável pela modulação da nossa microbiota intestinal. Os alimentos com índices elevados de gorduras saturadas e poli-saturadas criam um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias patogênicas enquanto os alimentos naturais favorecem a proliferação de bactérias saudáveis.
Além de uma alimentação balanceada, o estilo de vida também pode potencializar o nosso sistema imune. É importante praticar exercícios físicos regularmente, ter uma boa noite de sono, evitar o fumo e o excesso de bebidas alcoólicas, gerenciar o estresse e tomar sol todos os dias. Isso tudo contribui, em especial, para a prevenção das complicações pós COVID-19 como o estresse pós-traumático, ansiedade, depressão, Síndrome de Fadiga Crônica, Parkinson, Alzheimer, diminuição da memória e cardiopatias.