Dia 01 de novembro foi celebrado o “Dia mundial do veganismo”. O número de veganos aumentou muito na última década, foi de 3.300 em 2013 para 629.000 em 2022. O veganismo é mais que uma dieta, é um estilo de vida que visa proteger os direitos dos animais. Além de não comer carnes, ovos e laticínios, o vegano não usa nada de origem animal, como adornos, roupas, sapatos e bolsas de pele, lã ou couro e produtos de beleza e higiene testados em animais e nem qualquer diversão as custas de exposição animal como o zoológico e aquários.
Já o vegetarianismo é um regime alimentar que retira do cardápio todos os tipos de carne. Temos algumas variações do vegetarianismo:
-Ovolactovegetariano: não come carne, mas come ovos, leite e derivados.
–Lactovegetariano: não come carne nem ovos, mas come leite e derivados.
-Ovovegetariano: não come carne e nem leite derivados, mas come ovos.
-Vegetariano: não come carne, nem ovos e nem laticínios.
Existe uma variação que cada vez ganha mais adeptos, que são chamados de flexitarianos. O termo foi criado pelo nutricionista Dawn Jackson Blatner, em 2009 no livro Dieta Flexitariana. E como o nome já diz, flexitariana =flexível + vegetariano. Flexitarianos são pessoas que diminuíram o consumo de produtos de origem animal, mas não cortaram definitivamente do prato como os vegetarianos e os veganos. Eles se tornaram flex, eventualmente consomem proteínas de origem animal. É uma dieta que a longo prazo traz excelentes resultados para saúde e bem-estar. Ela ajuda no emagrecimento, evita o aparecimento de diabetes, cardiopatias, na prevenção de câncer e aumenta a expectativa de vida. E é uma ótima opção para quem quer se tornar vegetariano, mas tem dificuldade de eliminar de uma só vez o consumo de carne.
A dieta vegetariana traz vários benefícios para o organismo. O alto teor de fibras da dieta pode modular a microbiota intestinal (antigamente chamada de flora intestinal). Essa microbiota são micro-organismos como bactérias, vírus e fungos que habitam o trato gastrointestinal e tem como função manter a integridade da mucosa (a saúde da parede intestinal) e controlar a proliferação de bactérias patogênicas (que são consideradas perigosas). Elas vivem em simbiose (em harmonia) com o nosso organismo e é composta de 100 trilhões de bactérias e chega a pesar até 2kg. Entre outras funções, a microbiota intestinal estimula o nosso sistema imunológico. Além disso, a dieta vegetariana auxilia no controle da glicose (diminuindo a incidência de síndrome metabólica e de diabetes), reduz o LDL (chamado colesterol ruim) e a pressão arterial (diminuindo o risco de desenvolver doenças cardíacas), diminui problemas renais e colelitíase (pedras na vesícula), previne alguns tipos de câncer (principalmente de intestino), aumenta a saciedade, ajudando na perda e na manutenção do peso corporal e aumenta a expectativa de vida. Sem contar que, muitas vezes, a dieta vegetariana vem acompanhada de hábitos de vida saudáveis, como não fumar, não beber e fazer atividade física regularmente.
A dieta vegetariana traz também benefícios para o meio ambiente. O cultivo de proteínas vegetais usa 11 vezes menos energia que a produção de proteínas de origem animal, diminuí a emissão de gases de efeito estufa, bem como o uso da água e da terra.
Em agosto de 2023 a influenciadora vegana Zhanna Samsonova morreu de desnutrição e isso chamou atenção para o fato que esse tipo de dieta poderia aumentar o risco de transtorno alimentar. Mas um estudo recente da USP (Universidade de São Paulo), mostrou que embora se observe com frequência associação entre dietas restritivas e transtornos alimentares, as pessoas que adotam uma dieta vegana tem baixíssima prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais. Ainda segundo o estudo, apenas 0,6% dos participantes apresentaram sintomas do chamado “transtorno alimentar” e esse número é 10 vezes menor do que o registrado em outros estudos feitos com pessoas que adotaram dietas variadas.
Em relação a Zhanna Samsonova, também conhecida como Zhanna D’Art a dieta era muito restrita, a base de frutas exóticas, brotos, semente girassol, sucos e smoothiese. Ela não bebia água, se hidratava apenas com sucos vegetais e de frutas, além de passar períodos praticando o jejum. O que aconteceu com a Zhanna serve de alerta para o fato de que antes de iniciar qualquer mudança no estilo de vida e começar uma dieta com restrição alimentar é essencial passar por avaliação médica, pois essas dietas extremamente radicais e sem orientação podem ter consequências graves como anemias, desnutrição, diminuição da imunidade, queda de cabelo, envelhecimento precoce e até a morte.