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Éramos sete

Cruzeiro-Brasileiro-A2-by-Lucas-Figueiredo-CBF

(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

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Cruzeiro e Ipatinga inaugurarão, neste domingo (29), no Estádio das Alterosas, em Belo Horizonte, o Campeonato Mineiro feminino, apenas o sexto organizado pela Federação Mineira de Futebol (FMF). Contudo, a edição esteve em vias de sucumbir. Ao contrário de anos anteriores, a FMF exigiu às agremiações o custeio de taxas referentes à arbitragem e ao seu quadro móvel. O certame, por fim, continua esvaziado, e, os clubes mineiros, com menos datas, embora Atlético e Cruzeiro tenham emergido. Apenas sete disputarão o Mineiro, ainda que o edital contemplasse até 15.

A profissionalização do futebol feminino mineiro caminha a passos lentos. Estreantes, Atlético e Cruzeiro debutaram, a nível nacional, apenas no Brasileiro A2 de 2019 – a Raposa, aliás, com o vice-campeonato. Até então, apenas o América frequentava competições nacionais. Além disso, a atual edição do Mineiro será a primeira a ser organizada pela Diretoria de Competições Oficiais da FMF; anteriormente, era competência do Setor Amador. Ainda que a FMF tenha apenas sete clubes femininos filiados, o ingresso de Atlético e Cruzeiro foi, aparentemente, suficiente para a FMF buscar a desoneração de custos orçamentários básicos. Para a entidade, “a edição 2019 será realizada no processo de transição do futebol feminino, em momento de crescimento e profissionalização”.

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As exigências de custeio de taxas de arbitragem, variáveis conforme o deslocamento, e quadro móvel não levaram o Mineiro à lona por pouco. Inicialmente resistentes, as agremiações, por fim, cederam, depois de ameaçar desistência, com medo de inviabilizar mais datas das poucas que têm. Afinal, o campeonato já estava melindrado, pois clubes como Manchester, MHM, Nacional e Santa Luzia foram excluídos por exigência de profissionalização. A FMF fora irredutível em ambas ocasiões; a princípio, a entidade desconhece a própria casa. Conforme a entidade, “a conversa sobre cobrança de taxa e mudança de patamar do campeonato havia sido feita antes. A questão de não pagar as taxas foi levantada pelos clubes amadores que pretendiam formar parcerias com clubes profissionais”.

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A necessidade de profissionalização é ponto pacífico, mas, sem planejamento algum de fomento, o processo é meramente excludente. Embora clubes amadores careçam de condições financeiras e estruturais para a profissionalização, já têm o conhecimento da modalidade por conta dos longos trabalhos. Muitos clubes tradicionais, em contrapartida, aderem ao futebol feminino simplesmente a contragosto. O custeio de despesas burocráticas seria o mínimo a ser feito pela FMF, como quem dá aos filiados as condições de subsistência e oferece meios para fomentar a interiorização da modalidade, até agora limitada à região metropolitana.

Errata: ao contrário do inicialmente publicado, o confronto entre Cruzeiro e Ipatinga acontecerá no domingo, não no sábado (28). A data foi transferida pela Federação Mineira de Futebol (FMF).

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